A expressão tem mais de meio século e surgiu por causa de uma explosão de artefatos militares em Deodoro
Em 2 de agosto de 1958, enquanto os cariocas ainda estavam no clima de ressaca após comemorarem o primeiro título da seleção brasileira na Copa do Mundo, uma explosão gigantesca sacudiu a cidade do Rio. Era quase meia-noite quando um paiol das Forças Armadas, no bairro de Deodoro, simplesmente explodiu.
A explosão próxima a Serra de Gericinó iluminou o céu, fez o chão tremer, rachou paredes e quebrou vidros. Apavorados, os moradores de Bangu e arredores saíram correndo, levando filhos e os poucos pertences que conseguiram pegar. E como se não bastasse, outras explosões vieram em seguida, aumentando ainda mais o desespero.
Muita gente, desorientada, achou que era uma guerra ou até o fim do mundo. E como em 1958 não existia rede social, nem TV em todos os lares, muitos só foram entender o que aconteceu no dia seguinte, quando os jornais trouxeram a notícia: O que explodiu foi o Depósito Central de Armamento e Munição do Exército, localizado na Serra do Gericinó, em Deodoro.
A expressão pegou mesmo, tanto que em 1999, a frase foi parar na TV, quando o ator Luiz Carlos Tourinho popularizou o bordão com seu personagem Edilberto, na novela Suave Veneno.
Nos anos 2000, a expressão virou título de uma peça teatral de Mauro Rasi, que contava a história de moradores de Bangu que se mudavam para Copacabana. O texto fez tanto sucesso que ganhou uma adaptação mais recente de Flávio Marinho.
Apesar de ter surgido de uma tragédia, hoje "Abalou Bangu" significa que alguém fez bonito, arrasou, mandou bem.